Sexto sentido

Lucinha estava inquieta naquela noite. Augusto percebeu desde o momento em que entraram em casa, mas foi quando ela, finalmente, quebrou o silêncio, que ele se deu conta de que a conversa tomaria um rumo inesperado. — O que tu acha da nossa vizinha do 301? Perguntou Lucinha, com um olhar quase acusador. Augusto, tomado de surpresa, tentou disfarçar o susto com humor: — Eu, hein? Por que essa pergunta agora? Só pra quebrar o clima? Essa é a desculpa de hoje, pra não estarmos juntos? Disse ele, rindo nervoso. Na realidade, Augusto escondia um pequeno segredo: Candinha, a vizinha do 301, uma moça simpática e sorridente, chamava sua atenção de uma forma que ele nunca havia admitido. Mesmo sabendo que o casamento com Lucinha era sólido, ele não conseguia evitar o impacto que a jovem exercia sobre sua imaginação, especialmente nos breves momentos que trocavam um “bom dia” no elevador ou no hall do prédio. Lucinha, porém, não desistiu da conversa: — Ah, para, Augusto! Já ouvi dizer que ela é ...