Quando Se Dança a Música
Há um instante na vida em que não se espera mais o ritmo certo. Dança-se a música que toca — mesmo que desafine, mesmo que machuque os pés.
Nem sempre ela vem suave. Às vezes, chega como um batuque dissonante, uma melodia cortada pelo vento ou um lamento disfarçado de canção. Mas quando se dança a música, aceita-se o agora. Sem ensaio. Sem garantia de aplausos.
Alguns dançam sozinhos, por escolha ou por ausência. Outros carregam lembranças nos braços, dançando com o que foi e com o que ainda doeu. Há quem se mova de olhos fechados, com a coragem de quem não precisa ver para sentir. E há aqueles que, mesmo de corpo cansado, dançam com a alma — porque parar seria morrer devagar.
Dançar a música é o contrário da espera. É um gesto de rendição e bravura. É dizer sim ao instante, ainda que o som esteja longe do ideal. É entender que a vida, na maior parte do tempo, não permite escolhas na trilha sonora. Ela apenas toca.
E cabe a nós decidirmos: resistir ou dançar.
Porque, no fim, não será na perfeição da dança que lembrarão de nós, mas a forma como nos movemos mesmo quando o mundo parecia mudo.
Silvia Marchiori Buss
Nem sempre ela vem suave. Às vezes, chega como um batuque dissonante, uma melodia cortada pelo vento ou um lamento disfarçado de canção. Mas quando se dança a música, aceita-se o agora. Sem ensaio. Sem garantia de aplausos.
Alguns dançam sozinhos, por escolha ou por ausência. Outros carregam lembranças nos braços, dançando com o que foi e com o que ainda doeu. Há quem se mova de olhos fechados, com a coragem de quem não precisa ver para sentir. E há aqueles que, mesmo de corpo cansado, dançam com a alma — porque parar seria morrer devagar.
Dançar a música é o contrário da espera. É um gesto de rendição e bravura. É dizer sim ao instante, ainda que o som esteja longe do ideal. É entender que a vida, na maior parte do tempo, não permite escolhas na trilha sonora. Ela apenas toca.
E cabe a nós decidirmos: resistir ou dançar.
Porque, no fim, não será na perfeição da dança que lembrarão de nós, mas a forma como nos movemos mesmo quando o mundo parecia mudo.
Silvia Marchiori Buss
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